Abaixo, nas ruas, fenômenos noturnos em seqüência aleatória.
A mulher das pernas russas indo de encontro ao chamado das esquinas. O motorista perdido que passa com seu carro, vidros fechados, inúmeras vezes pela mesma rua. O ônibus enguiçado há mais de 3 dias, ocupando com seu silencioso peso a entrada da garagem do edifício. O vendedor ambulante de sorvete que vende sua mercadoria em plena noite, todas as noites e no mesmo cruzamento, entre dez e meia noite, quando então vai embora e ninguém sabe ao certo para onde. 15 degraus, erguidos rente ao muro do colégio e que terminam sobre o muro, em pleno ar. O próprio colégio, desativado há tempos, num tempo não cronometrado. Um menino estranho, que amava doidamente seu cachorro e de quem eu nunca soube, nem quis saber, o nome. Mas ele, de uma forma ou de outra, acabou se insinuando em meu desenho, sem que eu esperasse, de forma que esse mesmo desenho tem essas outras memórias penduradas, desse tempo em que eu morava na rua São Paulo.
É engraçado isso de memória e de lembrança, você já pensou nisso?
ResponderExcluireu pensei agora lendo seu blog...
para mim a rua São Paulo são só lembranças, flashes rápidos de coisas que sei que vivi, mas sei que cada um tem um flash diferente de momentos diferentes...Não "memorizei" muito não, talvez a casa, a cozinha, a sala de jantar, o "jardim de inverno" o mais são memórias meio coletivas, aquilo que nos contam e acabam se tornando lembranças, que se tornam flashes e que acabam por fazer parte da gente, mesmo que venham de outros...Achei legal, suas memórias sempre me remetem a lembranças que não tenho, mas passo a ter...
Bjs
Andy
Era eu o menino do cachorro :)
ResponderExcluirGUGA, PENA QUE POUCAS PESSOAS TÊM LIDO OS SEUS TEXTOS POÉTICOS!
ResponderExcluirMUITO LINDO.
BJ. DRIAGUIDA